quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

MÃE É MÃE!


Um dos problemas que estou tentando resolver é minha péssima mania de ter pensamentos negativos. Acho que herdei da minha mãe.

Este será mais um “momento síncope nervosa” que ela terá. E eu, vou pro Alasca ficar uns 3 meses, se ela ler este blog algum dia...

Não tenho medo dela e muito menos da opinião dela. Mas vai ser um dramalhão mexicano pior que “Bete, a Feia”.

Vou contar para vocês. Estou pra conhecer alguém mais negativa que minha mãe. Quer dizer, pior que ela, só a sogra da minha irmã. Se você tem uma proposta de emprego, só conte para ela, depois que se concretizar. Caso contrário, pode ter certeza que vai morrer na praia.

Ela não faz por maldade. Eu sei disso. Essa postura é resultado de tudo o que ela já viveu. Sofreu muito. Teve milhares de decepções com pessoas que amava incondicionalmente (deve estar decepcionada comigo, neste exato momento). Viveu um casamento de fachada por muitos anos, por amor às duas filhas.

Não vou expor o relacionamento dela com meu pai, eles não precisam passar por isso. Mas é inegável que a vida a levou a ser irritantemente pessimista.

Na verdade, até hoje, não consegui entender se é pessimismo ou se ela simplesmente sofre por antecipação.

Ao menor sinal de fumaça de que haverá uma mudança qualquer no nosso ritmo de vida, ela pesa os prós e contras, mas dá tanta ênfase aos contras, que ficamos com a impressão de que ela fica só esperando o “ruim” acontecer.

E, quando acontece, ela faz questão de jogar na cara... “eu te disse, eu te disse, eu te disse”.

Certa vez eu falei para ela: “será que já não basta ver o quanto estou sofrendo por não ter dado certo o novo trabalho, você precisa pisar ainda mais na ferida?”

Por diversas vezes, senti que isso é excesso de zelo. Como mãe, ela quer proteger as filhas e não quer que nós escolhamos o caminho errado. Por isso, fica “espezinhando”, criticando, colocando o dedo na ferida que nem foi aberta ainda. Para que a gente mude de idéia antes de dar o primeiro passo.

Acontece que, de tanto fazer isso, eu não aprendi a seguir sozinha os meus sonhos, tanto é que passei anos sem saber se os sonhos eram meus ou dela... e, por achar que eram delas, eu fazia de tudo para não realizá-los!!! Sim, autosabotagem pura!

Esses dias eu falei para ela: “mãe, você é repetitiva demais, não cansa não?” Nem preciso dizer que ela ficou ofendida, né?

A verdade, é que ela, assim como todas as mães super protetoras do mundo, precisa aprender que elas podem e devem nos indicar os caminhos e não escolher por nós.

A decisão final cabe a nós e, se nós vamos quebrar a cara, nós é que vamos levantar a cabeça, limpar a poeira, o suor e as lágrimas, voltar na estrada e dar início a um novo caminho.

Os filhos precisam andar com suas próprias pernas. Acertar e errar faz parte da vida! Se decepcionar também.

Até porque, os filhos aprendem com os erros cometidos pelos pais, mas também precisam cometer seus próprios erros!!! Essa é a vida!!!

Mas é lógico que, quando cairmos, queremos que elas estejam por perto, para nos dar aquele colo que só elas sabem dar. Só não precisamos ouvir “eu te disse, eu te disse, eu te disse”. A dor da queda já é suficiente!!!