domingo, 5 de dezembro de 2010

CRISE DOS 30



Eu não gosto de copiar textos de outras pessoas. Às vezes, uma pequena citação... mas, copiar na íntegra não é minha cara... mas eu me identifiquei de tal forma com a matéria, que resolvi copiá-la aqui.

No fim do texto, tem a fonte, ok?

"Você está andando pela casa e olha de relance para a estante de livros. Num dos cantos está uma caixinha colorida. Dentro, você encontra uma pequena lista, escrita há tempos, com as coisas que você queria naquele ano. Silêncio na sala. Você fecha a caixinha rapidamente e se dá conta de que ainda não fez quase nada do que desejava. Pior ainda: não fez o que gostaria durante quase toda a sua vida. Isso causa certa angústia? Sente inveja do gato deitadão no sofá? Sente saudade da infância, época em que seu único objetivo era a figurinha do Pelé ou uma boneca Barbie? Cuidado, você pode estar na crise do “não fiz nada da vida”.

Essa sensação de frustração que muitas pessoas sentem, principalmente entre os 30 e 40 anos, tem a ver com os objetivos traçados e não realizados e com o sentido encontrado – ou não - para a vida. Quando somos crianças temos tantos sonhos, mas conforme vamos crescendo nem todo mundo consegue conquistá-los. Aliás, muita gente nem sabe quais são eles. E a vida é como se fosse um barco à vela: não tem vento favorável para quem não sabe aonde ir. Essa sensação de vazio tende a aumentar com a idade porque vai ficando mais difícil largar tudo para ir atrás do que se realmente quer”, explica Cecília Zylberstajn, psicóloga e psicodramatista.

Estudar no exterior, fazer aquela viagem tão sonhada, comprar uma casa, construir uma família, realizar-se profissionalmente. A frustração pode acontecer em vários setores: financeiro, profissional e sentimental – principalmente para as mulheres que ainda colocam o foco da sua realização no amor. “Mas é muito importante que a pessoa perceba que as escolhas são de responsabilidade dela. Foi ela quem decidiu suas prioridades”, afirma a psicóloga.

Cinco passos para sair da crise

1. “Mexa-se! Dá trabalho realizar sonhos. É preciso arriscar e, infelizmente, a maioria das pessoas prefere a inércia.” – Roberto Shinyashiki, psiquiatra e palestrante com foco em realização de metas

2. “Não se julgue tanto. A questão pode estar na maneira como somos rigorosos em cada etapa da realização de um objetivo. Muitas vezes, deixamos de reconhecer o sucesso dessas etapas, trazendo a sensação de insatisfação e de algo incompleto. No geral, aprendemos a ser muito rígidos e cruéis nos julgamentos do que acreditamos ser e no que queremos ser.” – Lucia Rodrigues, expert em ecologia da criatividade

3. “Reveja os seus objetivos e pergunte-se: o que você realmente quer? Depois disso, avalie quantos destes objetivos são realmente atingíveis. Nem sempre temos tudo o que queremos, mas a vida também não precisa ser assim – ou tudo ou nada!” - Cecília Zylberstajn, psicóloga pela PUC-SP

4. “Pare de se comparar com os outros, porque você vai se achar melhor ou pior. E as duas coisas são ruins.” – Dalai Lama.

5. “Largue de vez essa ‘síndrome de Hardy, a hiena reclamona’. Pare de botar a culpa na vida e nos outros e comece a agir, melhorando esse astral e tomando atitudes concretas. Gente para baixo só afasta as oportunidades, afinal quem gosta de nuvem negra é só guarda-chuva.” – blog “Vigilantes da AutoEstima”"

FONTE

sábado, 4 de dezembro de 2010

FALAR, CALAR E RESPEITAR



Não é nada fácil reconhecer, mas eu culpei muitas pessoas pelo jeito que ficou minha vida.

E, aqui, cabe mais uma parte do poema de Oswaldo Montenegro.

“Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor.
Apenas respeitadas, como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos.
Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.” 
Não foi simples aceitar que eu era a responsável pelo buraco onde me joguei e ninguém está obrigado a concordar comigo, pois esta é a minha verdade e, não necessariamente, será a sua.

Mas, se você parar para pensar nisso, já ficarei muito, muito, muito feliz!!! Minhas palavras não são uma prece, mas merecem ser respeitadas.

O Dr. Lowen (a quem minha terapeuta me comparou) foi um grande psiquiatra e filósofo e tem um estudo maravilhoso sobre linguagem corporal e bioenergética. Mesmo depois de falecer, continuou ajudando as pessoas com suas teses.

Foi quando ela fez a comparação, entre mim e Lowen, que eu tive a coragem de assumir: eu sempre tive a sensação de que vim ao mundo para fazer algo muito grande, para ajudar as pessoas.

Então, decidi que essa "grande coisa" seria escrever, para contar o que passa e o que passou na minha cabeça, durante estes 35 anos de vida e, quem sabe, poder ajudar alguém, que, assim como eu, tenta se encontrar.

Pretensiosa, não???? É... minha mãe me ensinou a não pensar pequeno!!!!

Durante muitos anos eu escutei o que tinham para falar sobre mim: insegura, está sempre na defensiva, malcriada, boca dura. Cansei de ouvir e ficar calada. Agora é minha vez de falar!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A CARÊNCIA!


Pois bem, depois da minha primeira "sessão espanta ira" na terapia, estava conversando com o segundo ex no MSN, e, não sei por que cargas d'agua, apareceu o assunto carência. E, sem mais nem menos, apresentei um conceito: "carência nada mais é do que sentir saudade de si próprio".

Quando a pessoa não se ama, não se admira, sente-se carente. Então, joga nas costas de outra pessoa a responsabilidade pela sua felicidade. Só as pessoas inseguras são carentes, porque não suportam conviver consigo mesmas.

Quando se está de bem consigo, não existe carência.

E a necessidade pelo outro existe, porque é mais fácil esperar o "milagre" de que outra pessoa vá solucionar os nossos problemas, do que olharmos para dentro de nós mesmos e, enxergarmos nossos defeitos e imperfeições.

Da mesma forma que é mais fácil resolvermos os problemas alheios, é muito menos doloroso esperar que alguém solucione os nossos problemas e aceite nossos defeitos, especialmente aqueles que não toleramos.

Como é que eu nunca tinha pensado nisso????

E eu que sempre tive aquele discurso besta “não vou emagrecer porque quero que a pessoa que ficar ao meu lado me ame do jeito que sou”! Bobagem! Se eu não gosto de mim gorda, ninguém vai gostar!!!

Vejam bem, nada contra as pessoas com excesso de peso. Meu pai era gordo, eu ainda sou, minha mãe é (e às vezes não é – no melhor estilo sanfona). Mas eu não gosto de estar tanto acima do meu peso. Não me sinto bem. Não me reconheço.

Minha terapeuta sempre diz que adora minhas conclusões. Acho que terei alta mais rápido do que eu imaginava, apesar de ter a impressão de que nunca vou deixá-la em paz. Brincadeiras a parte, eu sei que ainda falta muito para ter alta da terapia. Mas sinto que já melhorei muito.

Fiquei muito orgulhosa de mim, no dia da "sessão detona a ira". Inicialmente estava receosa, com medo do que eu me tornaria depois, com medo de me sentir vazia.

Com muito medo de perder o controle e enlouquecer de vez. Morro de vergonha de enlouquecer. Por isso não consigo beber nada e estou sempre me policiando. Eu hei de tomar um porre, um dia, mesmo que seja dentro de casa. Mas preciso conhecer a sensação de me libertar de todos os medos e receios.

No dia da "sessão sai exu", eu matei uma almofada em silêncio total. Bem que minha terapeuta tentou fazer com que eu falasse algo, mas não consegui.

Segundo ela, tive um bom começo e matei a almofada direitinho. E quando ela terminou de falar isso, eu contei que batia na almofada, pensando que estava batendo em mim mesma.

Ela ficou toda surpresa, pois disse que era muito raro o paciente "bater em si mesmo" a primeira vez que fizesse o exercício e que, normalmente, os pacientes "batiam" em outras pessoas, colocando nestas a culpa pela vida que têm hoje.

 Disse, ainda, que fui a primeira paciente dela que bateu primeiro em si própria. E que o Lowen (Dr. Alexander Lowen, psicanalista) também bateu em si mesmo.

As pessoas precisam entender que é verdade aquela velha máxima: “as pessoas são responsáveis por aquilo que cativam”.

Ora, se não foram coagidas a fazer algo, fizeram porque quiseram. Não adianta culpar outra pessoa, ainda que tente culpar aquele que te induziu... Induzido ou não, sua vida é o que você deixou que fizessem com ela. Você permitiu as intervenções de terceiros. Você abdicou da sua vida e deixou que outro cuidasse, por você.

Agora, agüenta!!! Você está carente porque não se conhece, porque não sabe quem você e o que você quer, porque você só sabe que não gosta de quem se tornou, pois deixou que a vontade das outras pessoas prevalecesse.


Só te resta saber quem você realmente é e o que quer, para voltar a se amar e ter vontade de viver!!!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

CONCLUINDO...



Contei tudo isso para voltar aos meus dois primeiros namorados.

Adivinhem quem, após receber a notícia da morte do meu pai, estava na minha casa em 10 minutos? Isso mesmo, o primeiro “ex” e a esposa dele, que me ajudaram com todos os detalhes do velório.

Não esperava e nem queria que meu segundo ex fosse pra Santos ficar ao meu lado. Mas a reação dele foi: "poxa, que pena, eu gostava de conversar com o Baba" (apelido do meu pai).

Não demonstrou nenhum tipo de preocupação comigo. Só ficou chateado porque ele gostava de conversar com meu pai. Ou seja, pensou nele e não em mim.

Atitudes incomparáveis. As leis da Física dizem que para cada ação, existe uma reação. Pois bem, para uma demonstração de carinho e consideração, a reação é gratidão. Para uma demonstração de indiferença, a reação é indiferença.

E mesmo depois de eu falar tudo isso, ele não entende o motivo de eu considerar e proteger tanto o primeiro ex (a esposa e o filho deles). Vou repetir pela enésima vez, eu protejo e considero aqueles que me protegem e me consideram. Não exija de mim, o que você não é capaz de dar. Ponto final!!!

Além disso, o fundamental é: não exija de mim o que eu não estou a fim de dar!!! 

Tirando esse pequeno defeito de compreensão, o segundo ex é uma boa pessoa. Um cara muito culto e inteligente. Médico esforçado e competente. Não posso deixar de citar a situação que mais me marcou quando estávamos juntos. Afinal de contas, ele merece crédito.

Minha avó tinha Alzheimer. E, quando a doença foi diagnosticada, ela ainda andava e falava, apesar de já apresentar todos os sintomas da doença.

Em um sábado qualquer, eu estava deitada no colo dela e ela fazia carinho nos meus cabelos. Ele estava dormindo no meu quarto. Sem mais nem menos, em um típico surto de violência, minha avó começou a bater na minha cabeça.

Eu não conseguia me defender, porque estava deitada. Mas gritei e meu ex namorado foi me salvar. Com seus conhecimentos de medicina, ele conseguiu acalmar minha avó e ainda me tirou do colo dela, sã e salva...

Esse momento ficou marcado na minha memória (e nos galos que se formaram na minha cabeça, lógico!). Então, por mais que eu não o queira ao meu lado como homem, não posso ignorar a importância na minha vida.

Normalmente é assim... a maior parte das pessoas que entra na sua vida não fica... afasta-se... algumas deixam mágoas, outras nem percebemos quando se ausentam... mas a verdade, é que, se você procurar direito, todas terão deixado algo de bom no seu peito...

domingo, 14 de novembro de 2010

UM POUCO DO PAI


Para vocês entenderem um pouco melhor. Meu pai era um daqueles fumantes irritantes, que tinha enfisema pulmonar e mentia para os amigos, dizendo que tinha problemas de coração, para que não o impedissem de fumar (como se também não fosse um impedimento, né?).

Em 2005, tive uma crise de pânico e entrei em depressão profunda. Pedi demissão do escritório e, acabado o meu período de aviso prévio, fui correndo pra Santos, pois meu pai estava com um resfriado muito forte.

Cheguei em casa e ele tinha a boca, os pés e as mãos roxos. Não conseguia respirar. Liguei no pneumologista, cancelei a consulta que ele teria naquele dia e carreguei os 140 quilos dele até o carro. Liguei o pisca alerta e fui "voando" para o hospital.

Foi a última vez que o vi de olhos abertos. Indo para a UTI, na cadeira de rodas. Com uma máscara de oxigênio no rosto, o olhar dele dizia "filha, eu te amo muito, mas estou indo embora, adeus". Se fecho os olhos, ainda sou capaz de lembrar da cena nitidamente.

Minha irmã estava grávida de 7 meses e com problemas de pressão alta, não podia ficar descendo e subindo a serra (de Santos para SP e vice-versa) e nem entrar na UTI, por cautela.

Fiquei responsável pela internação e ir a todas as visitas da UTI. A irmã mais nova do meu pai voltou de sua viagem de férias e me fez companhia, pois minha mãe não poderia descuidar da gravidez da minha irmã.

Após 6 dias, meu pai acordou sozinho e arrancou os aparelhos. Fiquei muito feliz, pois 3 anos antes, quando da primeira internação, ele teve a mesma atitude e logo em seguida teve alta da UTI.

Mas, desta vez, o pulmão dele já estava muito pior, graças ao maldito cigarro que ele insistia em fumar (escondido da gente, claro!). O respirador estava inflado e, saiu rasgando a garganta. Ele foi medicado mais uma vez e o colocaram em coma induzido de novo.

Tive vontade de matar o médico plantonista, quando entrou no quarto da UTI e disse, em voz alta, que meu pai não viveria e, se vivesse, teria que fazer traqueostomia e ficar aos cuidados constantes de Home Care.

Tirei o médico do quarto e terminei a conversa do lado de fora, pois tenho plena certeza de que meu pai estava ouvindo e entendendo tudo. Tanto é que, menos de 12 horas depois, ele teve um ataque cardíaco e os médicos não conseguiram reanimá-lo.

Eu quis processar o hospital, pois na semana da internação, meu pai foi ao pronto socorro duas vezes, reclamando do forte resfriado e da tosse, mas os médicos apenas receitaram um xarope e sequer tiraram um raio X do pulmão. Se a pneumonia fosse diagnosticada mais cedo, ele teria visto minha sobrinha nascer. Mas minha irmã e minha mãe não quiseram entrar com a ação.

Eu não queria dinheiro de indenização. Queria apenas que o Hospital e os médicos aprendessem a cuidar descentemente dos pacientes. Afinal de contas, se uma pessoa de 64 anos, com enfisema pulmonar vai ao pronto socorro pela segunda vez na mesma semana, deveria ter recebido atenção melhor.

Tá certo, era a vontade de Deus!!! Não vou questionar o resultado, mas me sinto no direito de contestar a falta de vontade dos homens, especialmente daqueles que não cumprem o juramento feito na faculdade.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O SEGUNDO NAMORADO

Eu considero que tive 3 namorados e vocês já foram apresentados ao primeiro.

O segundo é um médico carioca, que sabe, tanto quanto eu, quem ele é e o que ele quer da vida. Nem vou citar o nome dele, pra não dar chance dele me processar!!! Advogados gostam de pensar na defesa, antes que haja ataque. Mas ele sabe que ele é ele!!!

Ele é uma pessoa do bem e reconheço o amor que tem por mim até hoje, mesmo depois de todas as patadas que já recebeu.

Acontece que o relacionamento entre duas pessoas perdidas só pode dar em um lugar, o precipício. E a tendência é que os dois pulem, sem mãos dadas, porque querem fazer seus próprios caminhos, sem intervenção (sequer a Divina), ainda que esses caminhos levem a lugar nenhum.

Somos amigos, que novidade!!! Conversamos muito pelo MSN, já que ele mora em Niterói e eu em São Paulo. Conversamos, discutimos, brigamos feio, ficamos sem nos falar, depois, conversamos de novo.

Ontem, ele pediu "arrego", disse que não queria mais brigar comigo.

Confesso que sou chata ao quadrado. Ele (e minha mãe também) diz que sou "dona da verdade", que não admito ser criticada e que não aceito a verdade dele.

Já tentei explicar milhões de vezes que ele está errado. Primeiro porque não sou obrigada a aceitar a verdade dos outros; segundo porque a minha verdade tem origem no meu ponto de vista e, terceiro, porque eu sou "do contra" mesmo!

Apesar de o relacionamento ter terminado há 11 anos, ele não se conforma que amo meu primeiro namorado até hoje. Ele se sentia preterido por este amor. Ele fica doido da vida porque não admito que ele fale mal do "outro".

Ele não é capaz de entender o amor de amigo!!! Ele não é capaz de aceitar a gratidão que existe entre mim e o primeiro ex, porque ele me fez sofrer.

Sim, eu sofri e não foi pouco. Mas, quando coloco na balança, vejo um resultado positivo. E eu me recuso a sofrer por algo positivo. Não sofro, cultivo.

Como não cultivar o relacionamento com uma pessoa que, mesmo depois de 15 anos do fim do namoro, ainda lembra do meu aniversário, liga e me coloca para conversar com o próprio filho e com a esposa?

Eu sei que não é bom comparar os namorados. Mas, para esclarecer, o segundo “ex” nunca lembrou do meu aniversário.

Eu o rejeito liminarmente! Todas as vezes que ele tenta se aproximar, com uma palavra de carinho, com um torpedo desejando boa noite, eu vou pra defensiva e armo minhas presas, sabendo que logo serei atacada, por alguém que considero, mas que não quero mais na minha vida como namorado!

Por que eu não me afasto dele? Fácil essa: tem alguém massageando meu Ego, né? Isso é fundamental para eu me manter viva. Mas, a verdade é que é sempre ele que me procura e eu, simplesmente, não consigo ser grossa ao ponto de dizer "se toca!" 

Acho que ele nem vai ficar muito bravo lendo isso, porque eu não o uso. Ele sabe o que estou dizendo, pois já falei para ele.

Observação: o raciocínio lógico do texto continuará nos próximos posts. Saliento que isso tudo é um reflexo do que eu pensava e sentia há 2 anos.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

INSULINA - AMIGA OU INIMIGA?



Antes de mais nada, ressalto que não sou médica, mas falarei da minha experiência pessoal. Por isso, como é muito pouco divulgado, resolvi desviar um tiquinho do assunto normal do blog, para falar sobre um problema que afeta 25% da população não diabética: o hiperinsulinismo ou hiperinsulinemia.

Normalmente, quando falamos sobre insulina, fatalmente acendem duas luzes na nossa memória: a insulina serve para ajudar a “quebrar” a célula de açúcar no sangue e, a falta de insulina gera a famosa doença chamada de diabetes.

Assim como no dia a dia, o nosso organismo não se adapta a radicalismos. A falta de insulina gera diabetes e o excesso de insulina também não é bem recebido.

O hiperinsulinismo (ou hiperinsulinemia) nada mais é do que a produção excessiva de insulina. Isto se dá porque, ao contrário do que se imagina, todos os tecidos do corpo necessitam de insulina, que é produzida no pâncreas.

Ocorre que algumas pessoas possuem resistência à ação da insulina, em razão da ausência de receptores adequados. Como a insulina não age da forma que deveria, o seu organismo manda uma ordem ao pâncreas para que seja produzida mais insulina. Pronto, chegamos ao excesso!

Estudos recentes – e lembrem-se que no meio médico, “recentes” são as pesquisas com pelo menos 5 anos; antes disso, nem é considerado – demonstraram que o excesso de insulina gera vários problemas, entre eles: lentidão do metabolismo, problemas coronarianos, síndrome do ovário policístico e, até, o desenvolvimento de diabetes tipo 2.

O excesso de insulina trava o seu metabolismo, o que retarda o emagrecimento e facilita o processo de obesidade.

O excesso de insulina também atinge diretamente o efeitos dos hormônios femininos, de forma que as mulheres podem ter problemas de menstruação (causando ovário policístico) e até pêlos no rosto, pois a testosterona passa agir com maior intensidade.

Conseguem imaginar uma mulher que não consegue emagrecer, não consegue menstruar e, como se não bastasse, ainda tem pêlos em grande quantidade em locais que, naturalmente, a mulher não teria? Pois é... existem estudos nos Estados Unidos que já provaram que o hiperinsulinismo é o responsável por 6% dos casos de infertilidade feminina.

Dos fatos que citei no parágrafo anterior, eu só não tive o problema com excesso de pêlos... no mais, sofri horrores durante mais de 15 anos, até que reencontrei uma amiga de infância que se tornou uma super endocrinologista. Nos vimos em um casamento e, no fim da festa, ela olhou pra mim e disse: “esse corpo não é seu; o que você come não condiz com sua gordura... você está com problemas hormonais, minha amiga. Já para o meu consultório!”

Eu já tinha passado por diversos ginecologistas, que ministravam mais hormônios para eu tomar, induzindo a menstruação. Mas, depois de 6 meses, os remédios perdiam o efeito, o médico não sabia mais o que fazer e lá estava eu procurando um novo profissional.

Por 15 anos só menstruei com ajuda medicamentosa. Depois que comecei o tratamento, atingindo a causa do problema (ou seja, o hiperinsulinismo), passei a menstruar normalmente e, confesso, voltei a me sentir mulher. Chorei feito criança, a primeira vez que aconteceu, já com meus 34 anos de idade.

Hoje, até meu humor está mais equilibrado... e tudo vai bem... estou emagrecendo aos poucos (com menos facilidade do que os seres humanos “normais”), mas estou adaptada à nova vida, o que me garantiu o direito de buscar a mim mesma e a minha felicidade!

Como falei no início, não sou médica. Por isso, nada de saírem por aí achando que vocês têm hiperinsulinismo e por isso não emagrecem. Na maioria das vezes, falta vergonha na cara mesmo, viu!!!!

Procurem um bom endócrino ou, caso queiram, mandem um email para o blog e eu indicarei a minha super médica.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

ESCOLHAS


Eu sei, faz mais de 10 dias que não posto nada. Tentei postar mais um capítulo do livro, mas ele não fazia nenhum sentido com o que eu estava sentindo naquele momento e, consequentemente, não ficou bom. Por isso, optei por me calar, até reencontrar meu equilíbrio. E assim é a vida!
Acordar é uma escolha do ser humano! E, se você decidir levantar da cama, terá de arcar com as conseqüências do dia a dia.
Vim para Santos pensando: “em qual momento da vida fazemos nossa primeira escolha?”. E me peguei lembrando da minha sobrinha... nascimento, fraldas, leite, fraldas, banhos, fraldas, chupeta, mais fraldas, cólicas e, fraldas, para não perder o costume!
Acho que a primeira escolha consciente dela (e confesso que a relacionei com a primeira escolha de toda pessoa) foi deixar de brincar com o patinho, para dar atenção a uma boneca. Vejam como é curioso: a primeira escolha da vida é uma brincadeira e, em momento algum, o bebê para de brincar, para saber se está agindo da maneira correta. Ele troca e ponto final!
Os bebês simplesmente optam por um brinquedo novo e, se não lhes agrada, voltam para o anterior, sem nenhum pudor (que só descobrimos existir depois de grandinhos...).
E assim deveríamos encarar nossas escolhas... porém, nós crescemos e a vida nos impõe uma série de metas... sucesso, dinheiro, família, amor, felicidade eterna, etc... e aí nasce a maior das discussões: como escolher sempre a opção certa, para alcançar todos esses objetivos?
O que esquecem de nos contar é que na vida não existe fórmula mágica. Não existe “O SEGREDO” (desculpe-me quem gostou do livro, mas eu odiei!). Não existe certo e errado.
O certo e o errado estão dentro da sua cabeça, são conceitos subjetivos, e eles apenas são os caminhos pelos quais podemos andar (ou correr, se você preferir!). O que considero certo, você pode achar errado. E, pior, o que considero certo hoje, posso entender errado dentro de alguns anos. Ou seja, hoje, eu não agiria como agi quando tinha 20 anos de idade.
Mas, aos 20 anos, eu sentia que estava fazendo o certo! Isto porque o certo e o errado dependem da forma que você pensa e do que você está vivendo, em determinado momento!
O fato é que independentemente de sua escolha ser certa ou errada, você terá de arcar com as conseqüências! Percebam: somos os únicos responsáveis pelas nossas escolhas, o que nos torna os únicos responsáveis pelas conseqüências... então, temos que suportá-las, mesmo que não sejam os resultados esperados!
Sushi ou sashimi? Eu não gosto de nenhum deles... prefiro uma bela macarronada! Acompanho meus amigos, mas não como... não tolero bebidas alcoólicas... não fumo... não vou a shows de heavy metal... são minhas escolhas... mas juro que tenho muitos amigos e todos me amam... todos eles sabem como sou e me respeitam!
Você não precisa agradar os outros... você precisa agradar apenas a si mesmo! Suas escolhas devem ser um reflexo do respeito próprio! Ainda que as conseqüências não sejam agradáveis, é você que estará no final do caminho...
Quando criança, eu era “da pá virada”... a rainha da bagunça, das encrencas e tudo mais que vocês puderem imaginar. Era feliz assim, sendo contestadora e espontânea. Só que essas atitudes me geraram muitos problemas: era sempre culpada por qualquer coisa errada que acontecesse (mesmo que eu não estivesse envolvida), minha mãe não confiava na minha palavra e, por fim, estava sempre apanhando.
Hoje vejo que fui me cansando das conseqüências e decidi ser o que os outros queriam que eu fosse. Eu me deixei de lado! Mas foi uma escolha minha e, atualmente, venho assumindo as conseqüências.
Permiti que escolhessem a faculdade que eu deveria fazer, a cidade que eu ia morar, com quem eu poderia me relacionar e onde iria trabalhar! Tudo para agradar e achar que assim eu era amada, já que sendo eu mesma, só levava “porrada”!
E aí? Surtei, óbvio!!! A expressão “medo, terror e pânico” explica bem a pessoa que me tornei. Amargurada, insegura, infeliz, zero de autoestima, cansada da vida e da pessoa que eu tinha me tornado.
A parte mais difícil foi assumir que a culpa era minha, pois esse foi o caminho que eu resolvi trilhar! Na época, achei que era o certo, mas hoje vejo o quão errado foi!
O lado bom da história é que nunca é tarde para mudar de estrada. Não dá para voltar e apagar tudo o que ficou pra trás (até porque, você apagaria a si mesmo). Contudo, é permitido mudar sua rota.
Qual o caminho certo a seguir agora? Não sei, mas o melhor a fazer é tentar mudar...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

VIAJANDO NO AMOR PRÓPRIO

Em outubro de 2009, fui ver meus amigos, em Belo Horizonte.

Entrei no avião, esperei que todos tomassem seus assentos e saquei um livro da bolsa (“O ciclo da Autosabotagem”, de Stanley Rosner e Patrícia Hermes), certa de que não viajaria ninguém ao meu lado.

De repente, novas pessoas começaram a entrar no avião. Levantei os olhos e um rapaz que tinha acabado de entrar olhava para mim. Quando nossos olhos se cruzaram, ganhei um grande e sincero sorriso (e que belo sorriso, diga-se de passagem!). Eu retribui. Ele parou ao meu lado, e pediu licença para se sentar.

Quando achei que iria continuar a ler meu livro, uma fulana, que estava sentada no banco de trás, começou a contar sua vida pessoal aos berros, para que todos do avião ouvissem (era o famoso tipo "patricinha sem noção", toda maquiada e cheia de penduricalhos como uma árvore de Natal). Eu não conseguia me concentrar de jeito nenhum, porque ela falava umas bobagens tão absurdas, que acabei me irritando.

Fechei o livro brava e devo ter bufado, porque meu vizinho de poltrona deu uma risada e puxou assunto. Ele é de Recife e ia a trabalho para BH. Conversamos a viagem inteira e, ao sairmos do avião, trocamos cartões.

Imaginei que nunca mais fosse ter notícias dele, mas alguns dias depois, recebi um email e começamos a nos corresponder. Atualmente, nos falamos por MSN, emails e Nextel. Somos grandes amigos!

Hoje cedo, logo depois de eu ganhar “bom dia”, ele disse “Ana, estou carente!”. Eu, brincando, perguntei porque ele insistia em namorar uma moça que mora em Brasília, já que era evidente que ela não dava conta do recado.

Fiquei surpresa com a resposta: “Não consigo ficar sozinho!”. Foi, então, que a bronca começou e, uns minutos depois, ele pediu um tempo para respirar, porque as coisas que eu falava estavam “descendo quadrado”.

Sinceramente, hoje, após alguns anos de terapia e muitos anos me maltratando, sei que, “não consigo ficar sozinho” é desculpa para você não sair do seu ciclo de autosabotagem e continuar sentado, lambendo feridas que nunca cicatrizarão, pois a pessoa simplesmente não tem amor próprio.

Só não consegue ficar sozinho quem não se ama e necessita de alguém ao seu lado, porque assim fica a impressão de que o amor do outro compensa a falta de amor por si mesmo! Ocorre que, chega um momento, que o amor que o outro te dá não é suficiente, pois o que te falta não é o amor de outra pessoa, mas sim o seu próprio amor!!!

Se você se amar, seu companheiro pode estar do outro lado do mundo, sem que você se sinta solitário e carente! Você pode sentir saudade da pessoa, do abraço, do sexo, do beijo, do cheiro. Mas você não se sentirá carente!

E, amor próprio não significa gostar do seu corpo! Você pode ser rico ou pobre, gordo ou magro, alto ou baixo, burro ou inteligente, careca ou cabeludo, peituda ou despeitada, roqueira ou funkeira. Tanto faz! Você precisa amar QUEM você... os seus princípios morais, suas atitudes, seu jeito de ser. Você tem que respeitar a si mesmo, agindo sempre de acordo com sua consciência e o seu coração.

Claro que viver é saber fazer concessões! Mas você não deve “abrir mão” de si mesmo para agradar outra pessoa. Se isto acontecer, significa que perdeu o respeito por si próprio. E não espere que o outro te respeite ou te valorize!

Por isso, não fique esperando alguém que te ame, para sentir completo o vazio que existe dentro de você. Quem abriu este buraco foi você! Não passe a “batata quente” para outra pessoa, pois não é justo!

Você nunca conseguirá amar outra pessoa, da forma que ela merece, se antes não amar a si próprio. Portanto, não cobre do outro o que nem você consegue se dar!

Crescer e amadurecer não é só trabalhar e ter grana para pagar o Motel. Você precisa dar valor ao suor do seu rosto, seja ele oriundo do trabalho ou de uma bela noite de amor!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

ESPELHO, ESPELHO MEU!


Óbvio que estou solteira! Quem vai gostar de alguém que não se gosta????

Se estou carente???? Que pergunta mais sem pé nem cabeça, hein!!! A carência é amiga íntima da comida e, atualmente, eu não vivo sem elas.

Tenho a nítida impressão de que vivi os últimos 15 anos dentro de um círculo vicioso. Vou explicar: eu me sentia responsável por manter minha família unida, porque a família é muito importante para mim.

O curioso é que ninguém me deu esta obrigação! Eu me sentia responsável simplesmente por me sentir assim. Talvez porque eu não quisesse perder a "noção de família"!

Mas isto não estava ao meu alcance, então, eu me senti fracassada, comecei a comer e engordar. Não gostava do que via e achava que os outros também não gostariam. Fui me afastando de todos e me envolvendo com pessoas que não tinham nada a ver comigo.

Estava fracassada e perdida, pois não sabia o que fazer para mudar. Então, comia mais, para ficar feliz!!! Coma, engorde mais e se afaste mais, até se sentir totalmente sozinha e, assim, carente!

Está carente? O mundo não é o lugar onde você gostaria de estar? Então crie o seu mundo: coma, e viva no seu mundinho!!!

Resultado: depressão, crise de pânico, carência, incompreensão, vergonha, e mais medo. Medo de me olhar no espelho e não saber mais quem eu era!

Difícil mesmo foi me olhar no espelho e dizer “não, eu não sei de quem é esse reflexo”, porque nos meus sonhos, eu não apareço com este corpo.

A primeira vez que não me reconheci no espelho, foi aos 16 anos. Novinha ainda, né?

Estava na viagem de formatura do 3º colegial, em um “acampamento”. Os monitores, além de proibir os casais de namorados de ficarem juntos à noite, também nos reuniam em grupos para fazer algumas atividades.

Eu não lembro como foi o início do exercício. Só recordo que, em determinado momento, tínhamos que ficar em círculo, virados para fora, de mãos dadas. Com os olhos fechados, sentamos no chão. Tocava Watermark, da Enya, e a monitora falava, com um tom de voz muito suave.

Ela dizia coisas que nos faziam olhar para dentro de nós mesmos. E, depois de um determinado momento, ela tocava o seu ombro e você deveria abrir os olhos.

Quando fui tocada, encarei uma pessoa que eu não conhecia. Depois de alguns segundos, percebi que estava diante de um espelho e a imagem que eu via era de mim mesma, mas eu não conseguia me reconhecer.

Chorei muito. Chorei por saber que eu não me conhecia mais e por não saber o que eu tinha feito comigo mesma. Não sabia em que eu havia me transformado. Aonde foi que me perdi? Mesmo depois de um ano de terapia, ainda não descobri (dois anos de terapia e estou chegando a conclusão de que não me perdi, pois nunca soube quem eu era de verdade).

Mas, dizem por aí, que nunca é tarde para se encontrar!

obs.: o texto reflete o que eu pensava na época em que escrevi. Hoje, descobri que tenho um problema e meu organismo não processa a insulina, o que atrasa o metabolismo, impede a menstruação, causa ovário policístico, entre outras coisas... estou tratando e emagrecendo aos poucos, conforme meu organismo se adapta à produção hormonal, mas é claro que toda a comida que ingeri também ajudou no "processo de engorda". 

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O QUE VOCÊ QUER SER QUANDO CRESCER?



Vocês já perceberam como é fácil resolver os problemas das outras pessoas? Tudo parece simples e indolor.

“Que a música que ouço ao longe, seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada, mesmo que distante
Porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade.”

Desta vez, vocês têm certeza que pirei!

Mas não é isso. Quando leio essa estrofe do poema, eu penso que a música que ouço ao longe é o problema do meu melhor amigo. E pode ser muito triste, mas é lindo, pois eu posso resolvê-lo sem me envolver, sem me magoar.

E, se tudo der certo, esse amigo vai me ser grato pelo resto da vida. Assim, eu serei amada, mesmo que a distância.

A distância não precisa ser física. Tenho amigos espalhados pelo Brasil. Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro e amo a todos eles, igualmente.

Mas a distância pode ser uma simples metáfora para indicar o amor-amigo, que está longe de ser o amor homem-mulher.

Também tenho muitos amigos em Belo Horizonte! “Ó Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais”!!!! Como amo “meus” mineiros e como me sinto amada naquele lugar! É um amor inexplicável. 

Sou capaz de sentir o calor do amor deles dentro do meu peito. E, quando sinto saudade, o peito aperta, chega a doer.

Pelo menos uma vez por ano eu vou a Belo Horizonte. E, quando venho embora, volto já sentindo saudade. Porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade.

Porque eu quero partir para uma nova vida, deixando esta pra trás. Mas sinto saudade das coisas boas que não poderão me acompanhar.

Incontáveis vezes eu pensei em largar tudo aqui e ir morar em BH. Seria perfeito!!! Todas as vezes que pensei partir, sofri de saudade.

Saudade da minha família, da minha sobrinha em especial, das minhas cadelas. Saudade até das brigas com minha mãe. Porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade.

Saudade da minha ingenuidade infantil, saudade da ausência de responsabilidades, saudade de não ser tão auto-crítica. Vontade de partir deste corpo e desta vida maluca que acabei criando para mim mesma.

Convenhamos, não fui morar em Belo Horizonte porque eu não quis, porque isto significa que eu estaria obrigada a crescer, ter a minha vida. E, como é que diria: “ó, como eu sou coitada, injustiçada”, se eu tivesse a vida que sempre quis???

O medo de crescer era muito maior do que a vontade de mudar!!!

Pensando bem, talvez o medo fosse maior porque eu simplesmente não sabia quem eu queria ser quando crescesse!

Por isso é tão fácil ajudar a resolver os problemas dos outros, porque você se mantém ocupado em não olhar para dentro de si mesmo!!!! O nome disto é "fuga"!!!

E, lamento informar, fugir é sempre a saída mais fácil!!!

sábado, 25 de setembro de 2010

PRIMEIROS ERROS


Este texto não faz parte do livro que escrevi, mas o blog não poderia se limitar aos capítulos do livro, pois teria fim certo e, como pretendo ajudar as pessoas, não consigo cogitar a possibilidade de um final. Não tão cedo, pelo menos!

Ontem tive a oportunidade de, aos 35 anos de idade, assistir, pela primeira vez, ao show do Capital Inicial. E, sinceramente, não imaginava me emocionar ouvindo o Dinho cantar "Primeiros Erros".

Assim como quando Tom Jobim tocou "Luiza", em um show no Ibirapuera, o simples toque do primeiro acorde da música já me fez tremer inteira. E eu ouvi Dinho cantar, como se fosse para mim. Acho que lágrimas não caíram do meu rosto, por vergonha, ou, talvez, porque as gotas da chuva já escorriam por todo o meu corpo.

Quantas vezes nos pegamos pensando "se fosse possível voltar no tempo, faria tudo diferente". Foi justamente isso que Kiko Zambianchi quis dizer com "Se um dia eu pudesse ver meu passado inteiro e fizesse parar de chover nos primeiros erros."

Mas, "Meu caminho é cada manhã, não procure saber onde estou...". Ou seja, nossas vidas continuam, apesar de tudo que deixamos no passado. Nós é que construímos nosso destino.

Procurar corrigir ou mudar seus "Primeiros Erros" não permite que sigamos em frente! E esta é maior autosabotagem que podemos cometer, pois nos leva a um ciclo vicioso eterno.

Não é a toa que a música é curta e repetida por 3 vezes. Note que em cada repetição, o tom da voz é diferente, como se houvesse um certo desespero para sair deste ciclo.

O desespero que te permite surpreender a si mesmo e aos demais que estão ao seu redor! O desespero que te faz seguir adiante, sem cometer os mesmo erros, amadurecido e pronto para buscar o seu futuro!

Para isso, você precisa parar de olhar os erros e obstáculos do passado e se dar o direito de seguir adiante! Lute, viver vale a pena!!!




segunda-feira, 20 de setembro de 2010

JUSTIÇA!


Então, eu estava com medo de fazer o exercício que minha terapeuta propôs.

Mas eu fiz. Não consegui falar ou gritar, como ela gostaria, mas se fosse possível, diria que matei uma almofada.

E aqui surgiu o nome do livro: O dia que matei uma almofada. Adorei! Vou prosseguir, quem sabe surgem outras idéias!

Ouvindo Oswaldo Montenegro no metrô, percebi a primeira semelhança da minha vida com o texto dele. A primeira estrofe diz:

"Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio."

Eu ansiava me encontrar. Foi por isso que fui fazer terapia. Não seria justo comigo mesma deixar o medo tomar conta de mim. Eu confiava na minha terapeuta. Ela não permitiria que eu perdesse o controle.

Aliás, depois que comecei a fazer terapia, muitos conceitos que eu tinha morreram. E, aos poucos, volto a enxergar o mundo com outros olhos. Todas as pessoas do mundo deveriam fazer terapia!

Eu clamava por Justiça, durante reuniões e audiências. Mas ficava silente quanto a fazer justiça comigo mesma. Não me sentia merecedora de Justiça.

Muito pelo contrário! Ao invés de gritar por Justiça para mim mesma, eu guardava o sentimento de injustiça para mim. Comecei a acreditar que era sempre injustiçada, perseguida, coitada. Pior, eu era injusta comigo mesma!

Eu tinha medo de sair desta condição de injustiçada. É muito mais fácil dizer que você não tem sorte ou que as pessoas não te dão o devido valor, do que erger a cabeça e aceitar que, para te darem valor, você precisa fazer por merecer, você precisa se dar valor!

Eu tinha medo de acreditar em mim mesma e, ainda assim, me magoar. Por isso, eu não buscava meus objetivos, não usava toda a minha força para fazer as coisas acontecerem.

Eu precisava entender que os obstáculos da vida não poderiam me impedir de seguir adiante. Que para alcançar uma vitória, antes, eu teria que passar por muitas derrotas. Que eu nunca tinha recebido nada de “mão beijada” e nunca receberia, pois vim ao mundo para aprender, crescer, amadurecer e ajudar os outros na mesma batalha.

Eu gritava por Justiça, mas calava por mim mesma!

O problema é que, de tanto deixar meus objetivos de lado, chegou um ponto em que eu já não mais sabia o que eu queria. Já não sabia mais quem eu era!