sábado, 15 de janeiro de 2011

METADE VULCÃO!


“Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
Que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.”

Esse poema tem duas estrofes que resumem esta blogueira que vos fala. A primeira é a acima transcrita. Aliás, este blog poderia ter apenas dois posts... cada um com uma das estrofes... mas vocês sabem como mulher gosta de falar, né...

Perdi a conta do número de vezes que senti vontade de ir embora. Pra Pasárgada.

A dúvida era: onde fica minha Pasargada???? Em Belo Horizonte, em Santos ou em qualquer lugar onde eu tivesse a possibilidade de começar do zero. Certamente não era em São Paulo...

Ou seja, fugir!!! E aqui, eu lembro de Gilberto Gil.. “vamos fugir, deste lugar, baby... vamos fugir...”

A idéia era fugir com o grande amor! Mas... faltava o grande amor!!!

Hoje estou musical! Só de pensar em grande amor, vieram à minha cabeça Chico Buarque e Barão Vermelho.

Sem me afastar do assunto, sou obrigada a dizer que, apesar de imensa vontade de mudar minha vida, nunca tive coragem de “fugir”. O medo de encarar o novo era muito maior do que o medo de continuar vivendo uma vida que me desagravada.

Afinal de contas, dá pra imaginar a decepção de uma pessoa que dá uma virada radical na vida, mas fica pior do que estava antes?

Por isso que, durante tanto tempo, fiz com que minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.

Já deu para perceber como vivo em constante luta comigo mesma? Eu sou os dois opostos que se atraem. Mas, ao contrário do que possam pensar, eu não me basto.

Minha mente não para de funcionar sequer quando estou dormindo. Meu sono é péssimo, super agitado. Chego a acordar 4 vezes numa só noite. Já sonhei com uma tese para ganhar um processo, que eu e meu chefe, acordados, não tínhamos conseguido criar. Liguei para ele às 6h da manhã. Coitado, nem ele foi poupado da minha ansiedade.

Já fiz cirurgia para retirar as amigdalas, corrigir o desvio de septo e, agora, minha endocrinologista falou que vai me ajudar a dar um jeito na qualidade do meu sono. E que esta tensão que me corrói por dentro, seja um dia recompensada.

E é curioso esse estado de "alerta" eterno. Tento ser ponderada a maior parte do tempo, mas explodir é inevitável!

Perdi a contagem do número de vezes que evitei a explosão do vulcão... quantos sapos engolidos para isso... quanta mágoa recolhida...

Não é nada bom abafar o vulcão... porque a explosão dele é um fenômeno natural... impedir só vai gerar maiores danos, pois mais cedo ou mais tarde, o Homem perde o controle que pensava exercer e, o vulcão explode, devastando casas, bairros, cidades... devastando vidas...

Assim é o vulcão interno do ser humano... às vezes, soltaremos apenas uma fumaça, que fará os outros acharem que vamos explodir... em outras vezes, devemos permitir a explosão do vulção, de forma que será possível conter a lava que escorrerá, sem que atrapalhemos vidas... sem que nossos atos explosivos afastem nossa sanidade.

Um comentário:

  1. Explodir as vezes é necessário para exorcizar nossos medos, e assim podermos começar sempre zerada.

    beijos, se cuida!

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