sábado, 28 de agosto de 2010

A INFLUÊNCIA


Por, mais ou menos, dois meses minha terapeuta insistiu na idéia de que eu deveria escrever um livro. Relutei durante um tempo, pois achava que era loucura dela. Que contradição!!! Uma terapeuta louca!!! Seria trágico se não fosse cômico. Mas de louca, ela não tem nada!

Talvez eu seja louca, mas no sentido bom da palavra! Tanto é que estou aqui, escrevendo num blog! Gostei de idéia.

Comecei a perceber que eu tinha necessidade de escrever. Sem uma razão específica, quando eu tenho alguma “idéia brilhante”, sobre meus progressos, na terapia, tenho o hábito de colocar no papel como me sentia, como foi o surgimento da idéia-compreensão e qual minha reação e expectativa de mudança, após o momento “eu comigo mesma”.

Acredito que a terapia tenha esse efeito nas pessoas que, efetivamente, pretendem se conhecer e melhorar, como ser humano.

Depois de ter assumido minha necessidade de escrever, uma nova dúvida surgiu: como será o início deste livro (que acabou virando blog)? Tenho tantas coisas para falar, mas não sei por onde começar! Não quero ser, simplesmente, um plágio de “Comer, Rezar e Amar”.

Hoje, voltando do trabalho, no metrô, ouvindo música, tive a primeira idéia. Nem sei se este será o começo ou o começo do fim.

Eu sou uma pessoal musical (não tenho como negar isso)! A música está no meu sangue. Eu canto muito bem, apesar de nunca ter me aventurado na carreira de cantora profissional (minha mãe me mataria). Meu avô compunha músicas para Igreja, onde ele tocava violão, minha avó cantava no coral (e, absurdamente, cismava que sempre tinha uma freira dando em cima do marido). Das músicas dele, minha preferida é uma sobre a primeira comunhão. É linda e, certamente, reproduz a alegria do momento em que as crianças têm o “suposto primeiro contato” com Deus.

Mais adiante, vocês entenderão a razão de eu denominar o momento de “suposto primeiro encontro”.

Voltando à minha musicalidade, meu pai tocava piano “de ouvido”. Nunca precisou ter aulas e nunca soube ler uma partitura. Gostou de uma música? Bastava dar para ele ouvir, e ele, com todo o talento que lhe foi conferido, escutava apenas uma vez, sentava em frente ao piano e tocava. Era divino!

Aliás, o piano era o reflexo da sua alma! Uma vizinha nossa dizia que amava quando ele tocava piano e que sabia se ele estava feliz ou triste, de acordo com a música e ou jeito de tocar.

Pois bem, eu também amo música, em especial, música nacional. No metrô, eu ouvia Oswaldo Montenegro.

A primeira vez que ouvi Oswaldo foi na casa do irmão da minha mãe, aos 8 anos de idade, aproximadamente. Meu primo mais velho ouvia um LP do musical "A dança dos Signos". Gostei, mas era muito nova para entender.

Dez anos depois, recebi um cartão do meu primeiro namorado (alguns dias depois de virar ex), no qual estava escrito: "Que a minha loucura seja perdoada, porque metade de mim é amor e a outra metade, também".

Achei que fosse Carlos Drummond de Andrade, mas depois de algumas pesquisas, descobri ser Oswaldo Montenegro, no poema "Metade".



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