sexta-feira, 5 de novembro de 2010

INSULINA - AMIGA OU INIMIGA?



Antes de mais nada, ressalto que não sou médica, mas falarei da minha experiência pessoal. Por isso, como é muito pouco divulgado, resolvi desviar um tiquinho do assunto normal do blog, para falar sobre um problema que afeta 25% da população não diabética: o hiperinsulinismo ou hiperinsulinemia.

Normalmente, quando falamos sobre insulina, fatalmente acendem duas luzes na nossa memória: a insulina serve para ajudar a “quebrar” a célula de açúcar no sangue e, a falta de insulina gera a famosa doença chamada de diabetes.

Assim como no dia a dia, o nosso organismo não se adapta a radicalismos. A falta de insulina gera diabetes e o excesso de insulina também não é bem recebido.

O hiperinsulinismo (ou hiperinsulinemia) nada mais é do que a produção excessiva de insulina. Isto se dá porque, ao contrário do que se imagina, todos os tecidos do corpo necessitam de insulina, que é produzida no pâncreas.

Ocorre que algumas pessoas possuem resistência à ação da insulina, em razão da ausência de receptores adequados. Como a insulina não age da forma que deveria, o seu organismo manda uma ordem ao pâncreas para que seja produzida mais insulina. Pronto, chegamos ao excesso!

Estudos recentes – e lembrem-se que no meio médico, “recentes” são as pesquisas com pelo menos 5 anos; antes disso, nem é considerado – demonstraram que o excesso de insulina gera vários problemas, entre eles: lentidão do metabolismo, problemas coronarianos, síndrome do ovário policístico e, até, o desenvolvimento de diabetes tipo 2.

O excesso de insulina trava o seu metabolismo, o que retarda o emagrecimento e facilita o processo de obesidade.

O excesso de insulina também atinge diretamente o efeitos dos hormônios femininos, de forma que as mulheres podem ter problemas de menstruação (causando ovário policístico) e até pêlos no rosto, pois a testosterona passa agir com maior intensidade.

Conseguem imaginar uma mulher que não consegue emagrecer, não consegue menstruar e, como se não bastasse, ainda tem pêlos em grande quantidade em locais que, naturalmente, a mulher não teria? Pois é... existem estudos nos Estados Unidos que já provaram que o hiperinsulinismo é o responsável por 6% dos casos de infertilidade feminina.

Dos fatos que citei no parágrafo anterior, eu só não tive o problema com excesso de pêlos... no mais, sofri horrores durante mais de 15 anos, até que reencontrei uma amiga de infância que se tornou uma super endocrinologista. Nos vimos em um casamento e, no fim da festa, ela olhou pra mim e disse: “esse corpo não é seu; o que você come não condiz com sua gordura... você está com problemas hormonais, minha amiga. Já para o meu consultório!”

Eu já tinha passado por diversos ginecologistas, que ministravam mais hormônios para eu tomar, induzindo a menstruação. Mas, depois de 6 meses, os remédios perdiam o efeito, o médico não sabia mais o que fazer e lá estava eu procurando um novo profissional.

Por 15 anos só menstruei com ajuda medicamentosa. Depois que comecei o tratamento, atingindo a causa do problema (ou seja, o hiperinsulinismo), passei a menstruar normalmente e, confesso, voltei a me sentir mulher. Chorei feito criança, a primeira vez que aconteceu, já com meus 34 anos de idade.

Hoje, até meu humor está mais equilibrado... e tudo vai bem... estou emagrecendo aos poucos (com menos facilidade do que os seres humanos “normais”), mas estou adaptada à nova vida, o que me garantiu o direito de buscar a mim mesma e a minha felicidade!

Como falei no início, não sou médica. Por isso, nada de saírem por aí achando que vocês têm hiperinsulinismo e por isso não emagrecem. Na maioria das vezes, falta vergonha na cara mesmo, viu!!!!

Procurem um bom endócrino ou, caso queiram, mandem um email para o blog e eu indicarei a minha super médica.

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