quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A CARÊNCIA!


Pois bem, depois da minha primeira "sessão espanta ira" na terapia, estava conversando com o segundo ex no MSN, e, não sei por que cargas d'agua, apareceu o assunto carência. E, sem mais nem menos, apresentei um conceito: "carência nada mais é do que sentir saudade de si próprio".

Quando a pessoa não se ama, não se admira, sente-se carente. Então, joga nas costas de outra pessoa a responsabilidade pela sua felicidade. Só as pessoas inseguras são carentes, porque não suportam conviver consigo mesmas.

Quando se está de bem consigo, não existe carência.

E a necessidade pelo outro existe, porque é mais fácil esperar o "milagre" de que outra pessoa vá solucionar os nossos problemas, do que olharmos para dentro de nós mesmos e, enxergarmos nossos defeitos e imperfeições.

Da mesma forma que é mais fácil resolvermos os problemas alheios, é muito menos doloroso esperar que alguém solucione os nossos problemas e aceite nossos defeitos, especialmente aqueles que não toleramos.

Como é que eu nunca tinha pensado nisso????

E eu que sempre tive aquele discurso besta “não vou emagrecer porque quero que a pessoa que ficar ao meu lado me ame do jeito que sou”! Bobagem! Se eu não gosto de mim gorda, ninguém vai gostar!!!

Vejam bem, nada contra as pessoas com excesso de peso. Meu pai era gordo, eu ainda sou, minha mãe é (e às vezes não é – no melhor estilo sanfona). Mas eu não gosto de estar tanto acima do meu peso. Não me sinto bem. Não me reconheço.

Minha terapeuta sempre diz que adora minhas conclusões. Acho que terei alta mais rápido do que eu imaginava, apesar de ter a impressão de que nunca vou deixá-la em paz. Brincadeiras a parte, eu sei que ainda falta muito para ter alta da terapia. Mas sinto que já melhorei muito.

Fiquei muito orgulhosa de mim, no dia da "sessão detona a ira". Inicialmente estava receosa, com medo do que eu me tornaria depois, com medo de me sentir vazia.

Com muito medo de perder o controle e enlouquecer de vez. Morro de vergonha de enlouquecer. Por isso não consigo beber nada e estou sempre me policiando. Eu hei de tomar um porre, um dia, mesmo que seja dentro de casa. Mas preciso conhecer a sensação de me libertar de todos os medos e receios.

No dia da "sessão sai exu", eu matei uma almofada em silêncio total. Bem que minha terapeuta tentou fazer com que eu falasse algo, mas não consegui.

Segundo ela, tive um bom começo e matei a almofada direitinho. E quando ela terminou de falar isso, eu contei que batia na almofada, pensando que estava batendo em mim mesma.

Ela ficou toda surpresa, pois disse que era muito raro o paciente "bater em si mesmo" a primeira vez que fizesse o exercício e que, normalmente, os pacientes "batiam" em outras pessoas, colocando nestas a culpa pela vida que têm hoje.

 Disse, ainda, que fui a primeira paciente dela que bateu primeiro em si própria. E que o Lowen (Dr. Alexander Lowen, psicanalista) também bateu em si mesmo.

As pessoas precisam entender que é verdade aquela velha máxima: “as pessoas são responsáveis por aquilo que cativam”.

Ora, se não foram coagidas a fazer algo, fizeram porque quiseram. Não adianta culpar outra pessoa, ainda que tente culpar aquele que te induziu... Induzido ou não, sua vida é o que você deixou que fizessem com ela. Você permitiu as intervenções de terceiros. Você abdicou da sua vida e deixou que outro cuidasse, por você.

Agora, agüenta!!! Você está carente porque não se conhece, porque não sabe quem você e o que você quer, porque você só sabe que não gosta de quem se tornou, pois deixou que a vontade das outras pessoas prevalecesse.


Só te resta saber quem você realmente é e o que quer, para voltar a se amar e ter vontade de viver!!!

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