quarta-feira, 20 de julho de 2011

MUDAR É PRECISO!!!


Estava eu dentro do carro, na Avenida Consolação, sentido centro,  e vi, na ilha central, um homem grisalho, com o cabelo fashion.
A imagem me remeteu à primeira vez que fiz luzes loiras. Comecei com luzes vermelhas, para não chamar muita atenção, afinal de contas, sempre fui morena. Mas com o tempo, a vontade de ficar realmente diferente tomou conta de mim.
Não sei explicar o que acontece com quase todas as mulheres: toda e qualquer mudança começa pelos cabelos...
Na maior parte das vezes, a mulher tem vontade de mudar algo em sua vida e começa pelo cabelo... em outras vezes, algo muda na vida da mulher e, por isso mesmo, ela muda o cabelo... não importa o momento da mudança, o fato é que o cabelo sempre vai ser vítima da tesoura (ou das tintas e afins).
Minha primeira loucura capilar aconteceu aos 19 anos, quando passei na faculdade e vim morar em SP. Inegável que eu não queria vir... e, me sentia torturada, como se arrancassem meu coração. Consequência: cabelo “Joãozinho”.. é isso mesmo... amputei a parte do meu corpo da qual mais me orgulhava... o cabelo!!
 Saí do salão aos prantos e, na verdade, as lágrimas eram o reflexo da minha dor geral e não apenas do cabelo. Foi um protesto por estarem amputando a minha vida de mim mesma!
Quando fiquei loira, estava em período de férias de verão, na faculdade, mas já fazia estágio. Lembro de andar pelas ruas da Bela Vista, saltitante (já com os cabelos longos novamente), entre o salão e o ponto de Ônibus, doida pra chegar no escritório e todos notarem a mudança... enfim, uma mudança pro bem...
Eu me sentia super poderosa, com a autoestima elevadíssima. Pronta pra abalar... época de ouro (exatamente a mesma cor das mexa dos meus cabelos).
Mas não foi nada fácil decidir fazer as luzes loiras. Eu não queria ser igual às outras mulheres. Não queria cair na bacia da mesmice, só que sentia necessidade de começar a mudança por algum lado!!! Tentava me adaptar ao que diziam que era “o melhor pra mim”, o que qualquer ser humano comum entenderia como “uma ótima opção de vida”...
Uns 10 anos depois, percebi que precisava me reencontrar porque eu nunca consegui ser como a maioria. Aquilo que seria bom para quem vivia em “condições normais de temperatura e pressão”, não era nada bom pra mim. E eu não suportava mais viver, como se aquela vida fosse a que eu escolhi. Não!!!! Escolheram aquela vida pra mim e eu me submeti, porque acreditava tanto em mim quanto num pé de feijão gigante!
Ao me dar conta disto, a primeira atitude foi escurecer os cabelos, deixar crescer e cortar, até que ficassem no tom original (castanho). E como esse processo é demorado!!!! Você pinta, com o tempo, o cabelo desbota, cresce e precisa pintar de novo. E é assim o processo de amadurecimento do ser humano: podemos trocar a cor; nos automutilar; a mudança parece nunca acontecer; a vida desbota; você faz a poda e ela vai crescendo e voltando à cor natural...  

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