segunda-feira, 20 de setembro de 2010

JUSTIÇA!


Então, eu estava com medo de fazer o exercício que minha terapeuta propôs.

Mas eu fiz. Não consegui falar ou gritar, como ela gostaria, mas se fosse possível, diria que matei uma almofada.

E aqui surgiu o nome do livro: O dia que matei uma almofada. Adorei! Vou prosseguir, quem sabe surgem outras idéias!

Ouvindo Oswaldo Montenegro no metrô, percebi a primeira semelhança da minha vida com o texto dele. A primeira estrofe diz:

"Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio."

Eu ansiava me encontrar. Foi por isso que fui fazer terapia. Não seria justo comigo mesma deixar o medo tomar conta de mim. Eu confiava na minha terapeuta. Ela não permitiria que eu perdesse o controle.

Aliás, depois que comecei a fazer terapia, muitos conceitos que eu tinha morreram. E, aos poucos, volto a enxergar o mundo com outros olhos. Todas as pessoas do mundo deveriam fazer terapia!

Eu clamava por Justiça, durante reuniões e audiências. Mas ficava silente quanto a fazer justiça comigo mesma. Não me sentia merecedora de Justiça.

Muito pelo contrário! Ao invés de gritar por Justiça para mim mesma, eu guardava o sentimento de injustiça para mim. Comecei a acreditar que era sempre injustiçada, perseguida, coitada. Pior, eu era injusta comigo mesma!

Eu tinha medo de sair desta condição de injustiçada. É muito mais fácil dizer que você não tem sorte ou que as pessoas não te dão o devido valor, do que erger a cabeça e aceitar que, para te darem valor, você precisa fazer por merecer, você precisa se dar valor!

Eu tinha medo de acreditar em mim mesma e, ainda assim, me magoar. Por isso, eu não buscava meus objetivos, não usava toda a minha força para fazer as coisas acontecerem.

Eu precisava entender que os obstáculos da vida não poderiam me impedir de seguir adiante. Que para alcançar uma vitória, antes, eu teria que passar por muitas derrotas. Que eu nunca tinha recebido nada de “mão beijada” e nunca receberia, pois vim ao mundo para aprender, crescer, amadurecer e ajudar os outros na mesma batalha.

Eu gritava por Justiça, mas calava por mim mesma!

O problema é que, de tanto deixar meus objetivos de lado, chegou um ponto em que eu já não mais sabia o que eu queria. Já não sabia mais quem eu era!

Um comentário:

  1. Oie Aninha!!
    Gostei muito do seu blog!
    E quem não tem almofadas dentro de si?? ... Quem nunca passou por coisas similares a esta???
    Temos que saber é transformar!!!
    Por mais que essas transformações sejam dolorosas .... nos aceitar e principalmente tentar nos conhecer.. pq muitas vezes nos escondemos de nós mesmas!
    Beijos!!

    ResponderExcluir